Guerra no Oriente Médio já dura 12 dias e saiba como isso pode levar a alta do petróleo e da inflação, além de fuga por ativos de proteção.
A guerra entre Israel e Irã ganhou um novo capítulo com a entrada dos Estados Unidos no conflito. O bombardeio americano às centrais nucleares gerou uma retaliação das autoridades iranianas na última segunda-feira (23), tomando o foco de investidores globais.
O conflito no Oriente Médio pode impactar os mercados globais de investimento de formas diferentes pelo que se espera até o momento, um dos principais receios envolve a disparada do petróleo, alta da inflação global, fuga para ativos de proteção em detrimento de mercados emergentes.
Quais investimentos já foram impactados?
Os mercados de ações globais não refletem o impacto da escalada das tensões no Oriente Médio. Ao longo do pregão da última segunda-feira, as Bolsas de Nova York tinham leve alta, enquanto o Ibovespa operava em queda no Brasil.
As petroleiras refletem o tombo do petróleo no mercado internacional, com destaque para a queda de 2% das ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) da Petrobrás.
O aumento da cautela global tende a jogar a favor de ativos seguros, em detrimentos de produtos de investimento mais arriscados e mercados emergentes. O primeiro reflexo disso foi sentido ainda no fim de semana, quando o bitcoin, que é negociado sem interrupções, teve uma queda acima de 3%.
Conflito pode impactar decisões de juros pelo mundo?
Eventos geopolíticos podem ter um efeito inflacionário nas economias globais. Isso porque, em muitos casos, afetam países produtores ou exportadores de commodities, o que pressiona o preço dos insumos.
Em 2022, por exemplo, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, o preço do petróleo deu um salto a um patamar que não era visto em quase uma década e isso se traduziu em mais inflação para muitas outras nações.
A guerra entre Israel e Irã também acende essa possibilidade, especialmente em um contexto em que muitos bancos centrais já iniciaram os cortes nas taxas de juros. Mas, segundo especialistas, a priori, os efeitos para a economia global parecem ser de curto prazo e sem sinais de que podem reverter os ciclos de política monetária pelo mundo.